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A Nova Realidade Global

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Parcela ponderável dos movimentos sociais brasileiros

demonstra uma enorme dificuldade em compreender

essa nova realidade global. E quem não compreende o

ambiente em que transita tende a rejeitá-lo, quando não a

hostilizá-lo. Reage ao novo, mesmo quando este novo já é

o óbvio. Teme perder privilégios, aferra-se à certeza con-

fortável de um passado que tenta fazer viver no presente.

Pretende dar vida ao que morre em todo o mundo, não só

no Brasil. É preciso aprender a compatibilizar o que se pra-

tica no chão de fábrica com o que se ensina na academia. É

preciso compatibilizar o Brasil com o mundo desenvolvido.

A visão terceiro-mundista prevalecente no mundo dos

negócios, nos sindicatos de empregados e de emprega-

dores, nos movimentos sociais em geral, no conjunto da

sociedade brasileira e até na própria academia, nos leva a

compararmo-nos ao mundo subdesenvolvido, a ter como

opção de destino ser, como país, apenas a vanguarda do

atraso, líder dos países periféricos.

O professor e especialista em relações de trabalho José

Pastore nos relata que na Coreia do Sul, em 2012, ele pre-

senciou um carro ser montado na Hyundai em 57 segundos.

Na Alemanha, na mesma época, viu um Mercedes Benz ser

montado em 21 segundos. A produtividade do brasileiro é

quatro vezes menor do que a do trabalhador americano. Mas

vocês dirão, mas a Honda, na Zona Franca deManaus, monta

uma moto também em cerca de 20 segundos. Que ótimo!

Pena que o parque industrial brasileiro, em franco processo

de desindustrialização, não seja uma enorme Zona Franca de

Manaus, com seus pretensos índices de produtividade.

É preciso haver combinação de diferentes formas de

trabalhar, em que o empregado estável por prazo indeter-