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Adm. Wagner Siqueira

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Ledo engano! Em geral, não houve resistência dos fun-

cionários do Riocentro, pelo contrário. O problema se deu

nas negociações com o sindicato, que explicitamente resis-

tiu a incorporar tais trabalhadores sob a alegação de que

não pertenciam à base. Alegava que os terceirizados não

poderiam ser sindicalizados e, portanto, não poderiam pa-

gar as contribuições sindicais devidas, incapazes assim de

serem incluídos em suas bases.

A questão se resolveu, ou melhor, se atenuou à revelia

da legitimidade da solidariedade sindical pretendida. Uma

postura sindical corporativista, atrasada, anacrônica, insis-

tia em privar os trabalhadores terceirizados do Riocentro

de usufruírem de direitos óbvios de transporte, de emer-

gência m

é

dica e de alimentação, normalmente conferidos

aos funcionários de carreira.

Testemunho 2: CRA-RJ

D. Soninha e Sr.Manoelzinho são servidores terceirizados do

serviço de limpeza do CRA-RJ há d

é

cadas. Queridos por todos,

eficientes e discretos. Anseiam apenas ter acesso aos benefí-

cios extrassalariais de proteção à saúde, alimentação e trans-

porte normalmente atribuídos aos servidores efetivos. Resis-

tência: o sindicato majoritário dos servidores do Conselho não

se dispõe a estender aos servidores terceirizados por acordo

sindical os mesmos benefícios assegurados aos efetivos. Tan-

tos anos depois, omesmo anacronismo do velho sindicatoma-

joritário relatado no Riocentro reedita-se namesma expressão

do que há de pior no corporativismo sindicalista aristocrata.

O movimento sindical se une,

contrario sensu

, na pos-

tura do atraso, de corporativismo deletério, de fraciona-

mento e divisão dos trabalhadores, no concentracionismo