No dia 19 de outubro, o boneco inflável de 12 metros ‘Raposão’ esteve em frente à Catedral Metropolitana de Cuiabá (MS) em um protesto organizado pelo Conselho Federal de Administração (CFA), com apoio do regional daquele estado. A manifestação é contra a obrigatoriedade do registro de boletos bancários imposta pela Febraban.

De acordo com o presidente do CFA, Adm. Wagner Siqueira, esse é um retrocesso de mais de 30 anos na história brasileira.

“O pagamento dos boletos não registrados é uma situação que afeta a todos nós. Desde o mais simples cidadão até o funcionário do Ministério da Fazenda. Definitivamente esta é uma burla, um acinte, uma verdadeira gongagem ao bolso do trabalhador brasileiro. Não podemos deixar de nos indignar diante desse escândalo”, garantiu o Adm. Wagner Siqueira, advertindo ainda que outros Conselhos, Ordens, ONGs e sociedade civil organizada precisam entrar na luta, que é de interesse comum a cidadãos e organizações:

“A nossa profissão sempre adotou uma posição muito conservadora diante das questões populares. Mas o atual Plenário do CFA tem buscado assumir a responsabilidade de participação nos debates nacionais, discutindo questões que envolvem toda a sociedade. Por isso, precisamos denunciar as más práticas da Administração e buscar soluções justas para tais questões. Assim, evitaremos que a crise brasileira se agrave ainda mais”, completou o também conselheiro federal pelo Rio de Janeiro.

Quem paga

O regramento imposto pela Febraban vai cobrar não só pela emissão do boleto, mas também por outras taxas como alteração ou cancelamento. O que isso significa? Que o boleto sem registro deixará de existir até o final deste ano, obrigando empresas a emitirem cobranças registradas a um custo bem maior. Na prática, isso funciona da seguinte maneira: com a cobrança atual sem registro, o cedente paga uma taxa de serviço apenas pelos boletos efetivamente quitados pelos sacados. Já com a nova medida, o banco vai cobrar não só mais caro pela emissão do boleto registrado pago mas também pelos emitidos e não pagos.

Ou seja, fatalmente, esse custo será repassado aos consumidores, que são a parte mais fraca do sistema. Um exemplo simples pode elucidar a questão: um brasileiro de classe média, que paga cerca de 10 boletos por mês (escola, curso de idiomas, academia, condomínio, plano de saúde, entre outros) terá que pagar R$ 5 por cada um deles a partir de agora. Ao final do mês, esse valor é de R$ 50. E em um ano, chega a R$ 600 de custo adicional.

Campanha

A manifestação com o ‘Raposão’ está acontecendo desde agosto em diversas capitais do país, já tendo passado por Brasília, Rio de Janeiro, Manaus e, agora, Cuiabá. Para saber mais sobre a campanha acesse o site do CRA-RJ ou a CRA-RJ Play e Rádio ADM RJ, onde estão disponibilizados conteúdos exclusivos contra mais essa imposição à sociedade brasileira.