Por Josué Amador – Jornalista

O reajuste nos preços de medicamentos em 2019 deve ficar em torno de 4,46%, de acordo com informações da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Além dos consumidores finais, em farmácias convencionais, os novos índices atingem a gestão de hospitais, postos e clínicas de saúde – públicos e privados. Esses estabelecimentos são grandes consumidores desse mercado possuindo, inclusive, pequenas farmácias.

É preciso sempre considerar que o gestor hospitalar não atua apenas na aquisição de medicamentos. Ele precisa gerir todos os insumos da área, incluindo material médico-hospitalar e mão de obra qualificada, além de tarifas de serviço público e impostos, conforme explica a Adm. Fátima Ribeiro, coordenadora da Comissão Especial de Administração de Serviços em Saúde do CRA-RJ.

“O Administrador dos serviços se utiliza dos modelos de gestão de custos para manter todos esses elementos sob controle, e também para reunir e deter as informações necessárias à negociação com os financiadores (planos de saúde). A função do Administrador dos serviços de saúde prevalece em função do combate ao desperdício, no estudo da grade de medicamentos juntamente com os profissionais da assistência (médico/farmacêuticos)”, explica Ribeiro.

Contrário ao senso comum de ser mais viável comprar mais antes dos aumentos, a Administradora chama atenção para o fato de que a negociação de preços dos hospitais com a indústria e com fornecedores é diferente dos praticados no varejo, em farmácias, a fim da manutenção do custo-benefício. Assim, apesar das expectativas de elevação dos valores praticados, é preciso cautela por parte dos gestores.

“Quando se fala em comprar mais para estocar, não é uma estratégia atuante nessa área. Esses insumos devem estar previstos em uma  grade de medicamentos que são usadas nas unidades. Outra variável é a validade dos insumos e o método de estocagem (nas farmácias hospitalares) em todos os segmentos”, disse.

Nota da Interfarma

A nota emitida pela Interfarma esclarece que, todos os anos, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) corrige o preço/lista dos medicamentos com base em fatores como inflação, produtividade industrial, concorrências variadas, impacto da energia elétrica e oscilações do câmbio, entre outros.

“Neste ano, houve forte influência do câmbio no cálculo, embora a inflação ainda seja o principal fator, estipulada pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”, diz um trecho da publicação.

Os novos valores para 2019 passarão a ser praticados a partir de abril. Mas, caso essa estimativa de reajuste seja confirmada para os medicamentos, não haverá uma correção da inflação e a ‘defasagem continuará superior a 31 pontos percentuais’, como tem sido desde de 2005.